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Inpirador…






(1) "[...] Que tristes os caminhos, se não fora a mágica presença das estrelas! " < Mario Quintana >


Mas...

(2)
"É necessário ter o caos aqui dentro para gerar uma estrela." < Nietzche >

O Talento que Tenho

domingo, 25 de julho de 2010

Este artigo foi escrito por Low, no blog Kara Ystúpido.

 

“São longas as madrugadas sem te ver
Delonga o tempo para passar
Daí o talento que tenho é escrever
Para pôr no papel o meu soluçar”
 
(Thúlio Jardim, 17/03/2009)

 

KY - Papel e Lágrimas de um Escritor



Começo com estes versos simples, quase tristes, de autoria do meu amigo Thúlio Jardim. É um trecho de um de seus tocantes poemas, sendo que o título dado por mim não é o mesmo da obra original – essa sim bastante triste. Para quem por acaso não sabe, o meu amigo é um verdadeiro escritor e hoje é o dia dele! Dia Nacional do Escritor. Se bem que eu pense em citá-lo outras vezes, sobretudo no Dia do Poeta, por ser mais emblemático, mais peculiar ao seu talento de versejador.

Tal data de hoje, 25 de julho, foi definida como Dia Nacional do Escritor através de um decreto governamental, em 1960, após o sucesso do I Festival do Escritor Brasileiro, organizado naquele ano pela União Brasileira de Escritores - UBE, por iniciativa de seu presidente, à época, João Peregrino Júnior, e de seu vice-presidente, o célebre escritor baiano Jorge Amado.

Quanto ao ato da escrita em si, é razoável perceber influências diversas, por se tratar de uma prática que remonta tempos antigos. Nas conversas de internet e nas mensagens do Orkut, observa-se, já há um bom período, para título de exemplo, o surgimento do Internetês, que nada mais é que uma forma específica de se comunicar, cuja característica principal é a simplificação de palavras. No entanto, há quem discorra, erradamente, que esta simplificação é uma característica do andamento atual, oriunda da modernidade e da indisponibilidade dos humanos – aprisionados à pressa do agora.

Na verdade, na verdade verdadeira [não tem aquele ditado que diz “uma mentira contada mil vezes se torna verdade”? Pois então, não me corrija! Lembre-se, ao invés disso, de ler também o link recomendado por mim, ao final desta postagem], isto já era visível desde os primeiros séculos da história do Brasil, em abreviaturas de documentos, e dentre os fatores que contribuíam para esta ocorrência estavam: a falta de recursos em adquirir materiais, como tintas, papéis e plumas, em razão da distância entre Portugal e a colônia, e a ausência de um sistema ortográfico oficial para a língua portuguesa.

Escrever, apesar desses empecilhos, e de nos tomar muitas das horas, nunca deixou de ser útil. Podendo ser não somente uma das formas de sustento familiar, isto é, um ofício, como, ao mesmo tempo ou não, um passatempo, uma forma de desabafo, uma manifestação artística e do pensamento. Enfim, uma infinidade de coisas! Que se derivam do enlace entre papel e escritor. Desde as mais agradáveis - um poema, uma canção… -, até as mais enfadonhas, como a digitação de relatórios burocráticos.

Não obstante isso, mesmo assim, escrever nem sempre foi - nem é! - muito fácil para mim. Teve uma época em que eu tava realmente mal, sem paciência para formular uma única frase. Sério! A minha ansiedade suplantava qualquer pensamento inteligente com o qual eu pudesse me deparar. Eu nem sequer conseguia ler. E tal ainda ocorre, de vez em quando, e não é só comigo. Thúlio, meu amigo, também já passou por isso. Fase muito difícil, quando eu o conheci. Ele estava acamado, chorava pelos cantos, dizia-se o homem mais infortunado do mundo. Eu sentia na pele o sentimento de pesar dele, e que nele havia alguma coisa triste de mim, sem sobrepujar. Por isso, quis tanto ajudá-lo naqueles dias ruins [que estranho, isto soou como coisa de mulher com TPM e tal… hehehe…].

Além desses problemas inerentes a nós dois, jovens adultos, outros seres senescentes já enfrentaram – ou enfrentam – os seus dilemas. E os mais velhos que o digam! Não bastasse a fragilidade das suas ossaturas, outrora eles passaram por muita censura. Era um perigo tremendo, arriscado demais, se expressar em momentos passados, quando da ditadura. De alguns anos para cá, apenas então, é que o Direito à Liberdade de Opinião e Expressão começou a sair do papel, para se tornar algo tangível, real. E, apesar disso, para muitos os traumas permanecem. Sempre havendo alguns resquícios do medo, algum tipo de receio maior nas pessoas, mesmo que latente lá dentro do peito.

Afora o exposto, as dificuldades dos escritores prosseguem, e têm permanecido grandes, principalmente no que diz respeito à publicação de suas obras. O fato é que, despreocupados com a qualidade dos textos, mas com a quantidade de vendas dos produtos, muitos editores lançam somente os volumes que garantem retorno econômico à empresa. Além disso, muitas vezes, os meios de comunicação virtual publicam na íntegra - e gratuitamente - obras de vários autores, sem considerar os respectivos direitos autorais, causando prejuízos aos mesmos.

Eu, que escrevo a eito, fico preocupado. Desse jeito, aonde vamos chegar!? Mas reluto no discurso, e a despeito disso tudo, continuo: Quem é o maluco de interromper a escrita???


 

 


Low. Recife, 25 de julho de 2010.


 




Links recomendados:

IPLA - Instituto da Psicanálise Lacaniana | Da verdade recalcada à verdade mentirosa [pdf]
Revista Monet | Dia do Escritor: veja 14 filmes com os melhores autores do cinema 
Portal do São Francisco | Dia do Escritor

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