"Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai." (Sigmund Freud)
Esta poderia ser uma história real. Mas é um post de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.
Era uma vez… o meu pai.
Calma aí, que ele não morreu! Essa é apenas a abertura pra essa prosa. Depois eu chego ao verso, que diz algo dele e sentimentos meus, imaginando estes como se estivessem sendo recebidos por escrito, por ele, em sua caixa de e-mail – a qual meu pai não tem!
Digamos que nesta semana, na véspera do Dia dos Pais, ele tivesse feito, resolvido obter, e checado o seu email imaginário. Em todos estes anos, sem nunca ter lido sequer uma carta dos Correios em tom especial, estava ele, agora contente, abrindo o seu notebook – este sim… menos real ainda! ;-p Quem o conhece, sabe o quanto ele fica exultante de felicidade, quando encontra o que quer ler, inda mais sendo escrito por seu “filho preferido”. Novamente, devo alvitrar que as palavras deste artigo não devem ser levadas ao pé da letra, daí as aspas.
Espargindo suas lágrimas, foi ele rolando o documento, enquanto o teclado molhado ficava. E o meu pai fincava o pensamento em mim, apesar da imensurável distância. Às vezes até fazia um sinal de negação, tanto pela estrada de terra que nos separava, como se, também, a retorquir alguns dos palavreados meus. Na verdade, parecia ser mais esse segundo caso. Ele discordava deu dizer que era um filho ausente e que, por muitas vezes, não retribuía o carinho que me doava tão seriamente, e serenamente. Afirmava, ainda, que eu nunca me demonstrei uma pessoa alheia, nem menos tinha alguma inópia na forma minha de externar a afeição. Esburgava assim, da minha pele e alma, qualquer mancha ou marca fantasiosa que viesse a me preocupar.
Quando ele respondeu o correio eletrônico, deu pra sentir no meu ombro um velicar – sinal do quanto ele achava uma inépcia eu falar sobre minha “impossível” inércia. Coisa que ele frisava depois, em uma réplica, por eu insistir em denegrecer minhas atitudes, digo, falta de atitudes! “Você é um filho excepcional. Sim, que fala pouco, mas isso nunca denotou como algo ruim”, me confortando. “Mas… Mas… Mas nada! Já te disse o quanto gosto de ti, filho amado!”. Sentia daí um forte beliscão, de novo. Eu, de imediato, lembrei do Lula com a “sua” lei contra as palmadas. Afinal, dependendo da forma, isso dói mais que a palmada e seria, portanto, errado. De todo jeito, por atavismo, eu faria o mesmo com o meu filho, se eu tivesse algum. E, quer saber? Palmada na lei!
Mandamento pra ser seguido, mesmo, é o de HONRAR PAI E MÃE. Essa ordem realmente não está condicionada a nada, é uma ordem de Deus, do quarto mandamento. E ponto. Quem cumpre é mais feliz independentemente de ser correspondido em igual proporção ou não, é mandamento acompanhado de promessa, vida longa e prosperidade e também de realização interior (eu amei a pessoa mais importante da minha vida) e é claro não estou esquecendo da Mãe, mas nesse caso falo daquela voz grave, da mão mais pesada, dos abraços que até machucavam um pouco, dos passos mais largos, da ponta da mesa, dos ensinamentos “de homem pra homem”, e da frase celebre “VEM CÁ…”, antes de alguma bronca. Isso marcou ou não!? Pois claro. Mostrando-nos maturidade, ensinando limites e nos fazendo respeitar os direitos dos demais.
A maturidade que nos permite “olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranqüilidade e querer com mais doçura”, já dia Lya Luft. E doçura meu pai tinha de sobra, toda vez que colocava aquela frase na minha frente, de que eu morava juntinho do seu coração. [Hehehe…] Poucos têm tal sorte, são muitos de nós que não trazem boas memórias dos pais. Alguns pais são sinônimo de violência, abuso e rispidez. Outros se apresentam mais como desconhecidos, ou quase isso, do que como pais válidos. Eu não sei você com o seu, se é tão formal, mas não tem preço o modo como o meu me olha sem frescura e me socorre sempre quando tô triste. Como é que pode em alguém existir inconcebível força e contemplar tão penetrante? Ah! Como persiste a lembrança do olhar e daquele silêncio trazendo alívio! Sem precisar de mais nada, dava-me um sorriso e me acalmava.
Claro que nem tudo isso é ficção, mas o contexto virtual da estória é – o email não passa de um exercício da imaginação. Como eu disse, qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência.
Quanto ao anexo da mensagem que enviei “por email” ao meu pai, a tal poesia, mostro-lhes abaixo, sem a conversa. Posteriormente, derivando dessa poesia, fiz um vídeo, intitulado “Pai, Pura Paixão!”. Aproveitem para dar uma olhada e comentar, acho que vocês irão gostar. Por fim, é isso! Encerro minhas palavras, por este instante.
Thúlio Jardim. Recife, 08 de agosto de 2010.
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ANEXO |
Pai, Minha Paixão! Poderia até falar mais, falar bonito |
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VÍDEO:
Link de referência:
Blog da Equipe Vocacional Canção Nova | Feliz Dia dos Pais!!!
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